14/04/2009


O Brasil e a fome.

O Brasil é o quinto país do mundo em extensão territorial, ocupando metade da área do continente sul-americano. Há cerca de 20 anos, aumentaram o fornecimento de energia elétrica e o número de estradas pavimentadas, além de um enorme crescimento industrial. Nada disso, entretanto, serviu para combater a pobreza, a má nutrição e as doenças endêmicas.
Em 1987, no Brasil, quase 40% da população (50 milhões de pessoas) vivia em extrema pobreza. Nos dias de hoje, um terço da população é mal nutrido, 9% das crianças morrem antes de completar um ano de vida e 37% do total são trabalhadores rurais sem terras.
Há ainda o problema crescente da concentração da produção agrícola, onde grande parte fica nas mãos de poucas pessoas, vendo seu patrimônio aumentar sensivelmente e ganhando grande poder político.
A produção para o mercado externo, visando à entrada de divisas e ao pagamento da dívida externa, vem crescendo, enquanto a diversidade da produção de alimentos dirigida ao mercado interno tem diminuído, ficando numa posição secundária. Ao lado disso, milhões de pessoas vivem em favelas, na periferia das grandes cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, entre outras. O caso das migrações internas é um problema gerado dentro da própria nação. Grande parte dos favelados deixou terras de sua propriedade ou locais onde plantavam sua produção agrícola. Nos grandes centros, essas pessoas vão exercer funções mal pagas, muitas vezes em trabalho não regular. Quase toda a família trabalha, inclusive as crianças, freqüentemente durante o dia inteiro, e alimenta-se mal, raramente ingerindo o suficiente para repor as energias gastas. Nesse círculo vicioso, cada vez mais famílias se aglomeram nas cidades passando fome por não conseguir meios para suprir sua subsistência.

http://www.webciencia.com/13_fome
A evolução da capacidade de produção, nos últimos 50 anos, foi em média superior ao crescimento da população mundial. Apesar disso, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação), neste início de milênio, 852 milhões de pessoas viviam em estado de fome crônica ou de subnutrição, sendo que 815 milhões nos países subdesenvolvidos.


O Sal da Terra - Ivete Sangalo / Roupa Nova

Anda, quero te dizer nenhum segredo
Falo desse chão, da nossa casa, vem que tá na hora de arrumar
Tempo, quero viver mais duzentos anos
Quero não ferir meu semelhante, nem por isso quero me ferir
Vamos precisar de todo mundo prá banir do mundo a opressão
Para construir a vida nova vamos precisar de muito amor
A felicidade mora ao lado e quem não é tolo pode ver
A paz na Terra, amor, o pé na terra
A paz na Terra, amor, o sal da...
Terra, és o mais bonito dos planetas
Tão te maltratando por dinheiro, tu que és a nave nossa irmã
Canta, leva tua vida em harmonia
E nos alimenta com teus frutos, tu que és do homem a maçã
Vamos precisar de todo mundo, um mais um é sempre mais que dois
Prá melhor juntar as nossas forças é só repartir melhor o pão
Recriar o paraíso agora para merecer quem vem depois
Deixa nascer o amor
Deixa fluir o amor
Deixa crescer o amor
Deixa viver o amor

A charge acima mostra que nos países mais ricos a crise alimentar até pode estar a ser sobrevalorizada. Mas nos países mais pobres o elevado preço dos alimentos pode ser um grave problema com graves consequências.
ONU diz que produção de alimentos deve cair 25% até 2050

Até 25 por cento da produção mundial de alimentos pode ser perdida até 2050 em razão do impacto conjunto da mudança climática, da degradação do solo, da escassez de água e das pragas, alertou a Organização das Nações Unidas na terça-feira.
NAIRÓBI (Reuters) - Até 25 por cento da produção mundial de alimentos pode ser perdida até 2050 em razão do impacto conjunto da mudança climática, da degradação do solo, da escassez de água e das pragas, alertou a Organização das Nações Unidas na terça-feira.
A redução atingirá o planeta no momento em que haverá 2 bilhões de pessoas a mais no mundo, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), segundo o qual a produção de cereais permanece estagnada no mundo e a de pescado vem diminuindo.
Em um novo relatório, o organismo afirma que uma tendência de 100 anos de queda nos custos dos alimentos pode estar chegando ao fim e o grande aumento de preços verificado no ano passado lançou 110 milhões de pessoas na pobreza.
Os preços podem ter caído em muitas regiões, mas os especialistas afirmam que a volatilidade --somada ao impacto da redução na atividade econômica global-- trouxe pouco alívio aos pobres.
"Precisamos lidar não apenas com a forma com que o mundo produz alimentos, mas com a forma como eles são distribuídos, vendidos e consumidos, e precisamos de uma revolução que aumente a produção agindo em conjunto e não contra a natureza", disse o diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner.
Mais da metade da comida produzida mundialmente hoje foi perdida, desperdiçada ou jogada fora em razão da ineficiência, disse ele, em uma entrevista coletiva durante uma grande reunião ambiental da ONU que ocorre no Quênia.
"Há evidência no relatório de que o mundo poderia alimentar todo o crescimento projetado da população apenas se tornando mais eficiente, mas também garantindo a sobrevivência de animais, pássaros e peixes deste planeta", disse Steiner.
O relatório "Rapid Response Assessment" (avaliação para resposta rápida, na tradução livre), lançado terça-feira pelo Pnuma, diz que os preços mundiais de alimentos devem subir entre 30 e 50 por cento ao longo das próximas décadas --enquanto a população global deverá aumentar para mais de 9 bilhões dos quase 7 bilhões atuais
O documento afirma que deveriam ser estabelecidas regulamentações nos preços das commodities e que deveriam ser organizados estoques de cereais maiores como proteção à volatilidade nos preços. Ele também pede por "redes de segurança" para aqueles que estão sob maior risco de fome.
O relatório afirma que mais de um terço dos cereais do mundo é usado para alimentação animal e que essa proporção deve subir para 50 por cento até 2050. Ele propõe usar restos de comida reciclados como uma alternativa ambientalmente amiga.
Steiner afirmou que são necessárias soluções inovadoras, como as do Níger, onde especialistas do Pnud estão estudando como preservar cerca de 60 por cento da produção de cebola que apodrece antes de ser comercializada.
"Temos um problema muito sério em nosso planeta", disse ele. "É improvável que apenas alavancar os métodos de produção com fertilizantes e pesticidas do século 20 vá resolver o desafio".

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As investigações científicas, realizadas em todas as partes do mundo, incluindo o Brasil, sendo o principal, constataram o fato inconcebível de que dois terços da humanidade sofre, de maneira epidêmica ou endêmica, os efeitos destruidores da fome.
Redução de preços agrava crise de alimentos, diz ONU

GENEBRA (Reuters) - O declínio no preço das commodities tem dificultado os investimentos na agricultura, o que pode agravar a crise mundial de alimentos, disse a alta comissária da ONU para direitos humanos, Navi Pillay, na segunda-feira.
Ela afirmou que, embora os preços de mercado do trigo, do milho e do arroz estejam bem menores do que em 2008, centenas de milhões de pessoas estão sob risco de falta de comida.
"De forma perversa, os preços dos alimentos em queda estão desestimulando o investimento na agricultura. Isso, por sua vez, atrapalha os esforços necessários para aumentar a produção de alimentos", disse Pillay em um debate sobre as consequências da falta de comida para os direitos humanos.
A ex-juíza sul-africana afirmou que os alimentos básicos permanecem inacessíveis para a população mais pobre do planeta, cujas necessidades não deveriam ser ignoradas pela comunidade internacional.
"Os esforços para mitigar a fome e promover e proteger o direito à alimentação ainda não foram traduzidos em ação concreta", afirmou ela. "Claramente, a crise ainda não acabou."
Olivier de Schutter, enviado especial da ONU para o direito à alimentação, disse ao Conselho de Direitos Humanos do organismo que os mercados de commodities permanecerão voláteis nos próximos anos e os governos precisam fazer tudo o que estiver ao seu alcance para garantir que as pessoas tenham o que comer.
CHOQUE DE ALIMENTOS
"Deverão ocorrer choques no futuro, da mesma magnitude. Precisamos estar mais bem preparados para enfrentá-los", disse ele, citando a necessidade de assistência alimentar mais ativa e regras mais justas no comércio agrícola.
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), agência com sede em Roma, disse que mais de 30 países ainda enfrentam uma crise alimentar apesar da queda no preço dos cereais, ocorrida junto com a deflagração da crise econômica global na segunda metade de 2008.
O ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan está entre os principais defensores por mais investimentos para incentivar a produtividade agrícola na África a fim de evitar escassez de alimentos e estimular a economia.
Enquanto muitos diplomatas saudaram o foco do Conselho de Direitos Humanos no acesso aos alimentos como uma preocupação de direitos humanos, alguns grupos não-governamentais disseram que outras questões de peso precisavam de mais atenção do fórum que reúne 47 países.
Peter Splinter, da Anistia Internacional, disse que os governos recebendo assistência alimentar precisam ser responsabilizados para garantir que os suprimentos cheguem aos necessitados, citando como exemplo a recente expulsão de grupos de assistência humanitária do Sudão.

http://noticias.uol.com.br
A charge acima critica que enquanto os agrocombustíveis estão a fazer com que aumente o preço de certos alimentos e seja produzido pelo etanol, há 854 milhões de pessoas com fome no mundo e a cada dez segundos morre uma criança com menos de dez anos por fome ou doenças relacionadas com a subnutrição.
Destaque para o gráfico que mostra em uma coluna a quantidade de terreno plantado confrontado com a produção de cana-de-açúcar. Uma boa resposta aos que dizem que o etanol brasileiro causa fome.
Número de pessoas que passam fome no mundo aumentou em 2008, diz ONU

O número de pessoas que passam fome no mundo aumentou em 2008 para 963 milhões, contra 832 milhões registrados em 2007, afirmou na manhã desta segunda-feira o diretor da FAO, o braço da ONU (Organização das Nações Unidas) para Alimentação e Agricultura, Jacques Diouf.
Diouf abriu a reunião de alto nível sobre segurança alimentar de 2009 nesta manhã, que acontece em Madri até terça-feira (27), quando o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, deve anunciar nova meta mundial de combate à fome. A secretaria de Estado americana, Hillary Clinton, enviou uma mensagem gravada à abertura na qual defendeu o multilateralismo nas políticas para a erradicação da fome no mundo, que, segundo ela, é "alta prioridade" no governo do presidente Barack Obama.
"O presidente Obama deixou claro que aliviar a fome ao redor do mundo e uma das maiores prioridades do seu governo", afirmou.
Hillary criticou o preço elevado dos alimentos provocado pela crise mundial e invocou uma "nova parceria" com outros países desenvolvidos e a ONU para alcançar a meta de reduzir pela metade o número de pessoas que passam fome no mundo.
"Estamos comprometidos em construir uma nova parceria para coordenar melhor as políticas para alcançar as Metas do Milênio em 2010", declarou a secretaria na gravação.
A reunião desta segunda-feira é uma tentativa da ONU de acelerar a aplicação de recursos prometidos por governos e órgãos mundiais para alcançar a meta citada por Clinton durante a Cúpula sobre Segurança Alimentar realizada em Roma em junho do ano passado.
Segundo Diouf, a cúpula terminou com a promessa de recursos no valor de US$ 22 bilhões, menos do que ele avalia ser necessário para combater o problema --US$ 30 bilhões.
Apesar de elogiar iniciativas como a aprovação, na União Europeia, de investimentos de US$ 1 bilhão na agricultura nos próximos anos, Diouf afirmou que os meios financeiros ainda estão aquém das necessidades. Ele também não previu um fim para a crise alimentar iniciada em 2007. "A crise continua", assinalou.
Apesar dos poucos resultados práticos das últimas reuniões da FAO, o diretor do órgão anunciou a intenção de uma nova cúpula mundial em 2009, agora com a participação do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para alcançar um "objetivo rápido para a erradicação da fome no mundo".

http://www1.folha.uol.com.br

13/04/2009

Africanos e europeus de barriga cheia vão debater crise Alimentar Em África.

A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e a União Africana convocaram reuniões extraordinárias para Maio, a fim de procurar soluções para a escalada do preço dos bens alimentares, que está a causar protestos em diversos países. Ao que parece já foi escolhida a ementa dos participantes…
A cidade sul-africana de Joanesburgo será palco, entre 20 e 23 de Maio, de um fórum entre a Comissão da União Africana e os países da União Européia, segundo foi decidido numa primeira reunião bilateral sobre a crise alimentar, na semana passada na capital etíope, Adis Abeba."É necessária uma resposta forte ao mais alto nível político, mas também com propostas concretas. UE e UA partilham a necessidade de ir além da resposta de curto prazo à crise (que é necessária), mas também de se concentrar em respostas estruturais a longo prazo, como o aumento drástico de investimentos na agricultura e o desenvolvimento de políticas agrícolas nacionais apropriadas", refere a declaração conjunta da reunião na Etiópia.Ou seja, UE e UA voltam à estaca zero, dizendo o que há anos, décadas, todos sabem. Apesar disso, vão continuar os poucos que têm milhões a ter mais milhões, e os milhões que têm pouco a ter cada vez menos.A declaração divulgada no final da semana passada sublinha ainda que a Cimeira de 2003 da UA em Maputo culminou com um acordo quanto ao aumento da percentagem do orçamento dos países africanos dedicada à agricultura, para 10 por cento do investimento total, mas que esta meta apenas foi atingida por um país. Pois, já em 2003 se dizia o que vai ser dito agora em 2008 e que voltará a ser dito em 2014 e por aí fora. Dito e redito por quem, no mínimo, tem três sumptuosas refeições por dia.Nos últimos dias, têm sido vários os países em que decorreram protestos contra a subida do preço dos bens alimentares, que afeta principalmente as populações mais pobres, a que governos africanos vão tentando responder.E vão respondendo, não ensinando a pescar, mas dando um punhado de peixes.

http://www.meubrasil.inf.br/Info/LAmerica